segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Jornada 3 - Académica x Sporting

O Sporting de JJ mantém a solidez defensiva deste arranque de temporada. Ainda estamos para sofrer um golo que não tenha sido directamente causado pela arbitragem.
Os danos colaterais de arbitragem são bem evidentes neste jogo. Tudo parecia encaminhado para uma goleada. E, de repente, o resultado fica 1-2, com o jogo em aberto.
Não há dúvida que se tivéssemos sofrido o primeiro golo legal da época, a reacção teria sido completamente diferente.
Mas a sensação de destruição de espírito que se fez notar pelo único motivo pelo qual termos sofrido o golo tenha sido o facto do árbitro ter conjurado um penálti, foi muito mais grave. Não de ser um penálti mal assinalado. É de ter sido OUTRA VEZ um penálti mal assinalado. É a crescente certeza de que isto não é coincidência. E de que só acaba quando estivermos a 20 pontos do 1º lugar (nunca houve arbitragens destas quando estamos fracos).
É pior do que qualquer golo. Já inúmeras vezes vimos o resultado ser reduzido de 2-0 para 2-1, sem grandes consequências no bem estar geral. Ao ver o mesmo filme de todos os jogos desta época, eu fiquei preocupado, as pessoas ao meu lado ficaram preocupados, e parecia que os jogadores também estavam preocupados.

Mas adiante.

- Rui Patrício - Desde que chegou o Jorge "não é nada sem a estrutura" Jesus, só vi o "São Patrício" num lance contra o Paços de Ferreira. De resto, tem sido um espectador.
- Adrien - Falha muito. Mas por amor da santa, em 50000 penáltis, falhou um, era inevitável, não reclamem com isso.
- João Mário - Se tivesse a eficácia do Mané, era o melhor jogador do mundo.
- Carlos Mané é daqueles gajos que podemos dizer o que quisermos dele, mas a verdade é que ele vai metendo umas cafunfas lá para dentro.

Agora, se me dão licença, vou aproveitar o fecho do mercado.

Ralph Meade

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

EXCLUSIVO CALCANHAR DO XANDÃO: Astana - Benfica


É com orgulho que o blogue O Calcanhar do Xandão noticia em primeira mão, que a direcção do FC Astana do Cazaquistão já confirmou que o jogo para a Liga dos Campeões FC Astana x SL Benfica irá ser realizado no Estádio Municipal de Aveiro.

Ralph Meade

Pensamento na ressaca

"Futebol é 11 contra 11 e no fim o Sporting é roubado."

Ralph Meade

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Mascarenhas

Não podia deixar este blogue empobrecer ao não homenagear este grande senhor do futebol português.

Resgatámos este senhor ao Benfica, e fizemos dele um recordista no futebol europeu (duplo hattrick, 16-1 maior vitória de sempre).

Obrigado por tudo!

Ralph Meade

2ª Jornada - Paços (mais uns apontamentos)

A primeira jornada já tinha levado com uma das piores sequências de más decisões que já alguma vez foram vistas no mundo do futebol.
Este jogo subiu a parada.

Mas já lá vamos, primeiro falemos de futebol:

O Sporting tem que melhorar o seu jogo. Não jogou mal, mas pode e deve fazer melhor. Mas já se nota a influência do JJ. O que ele fez com o Gelson Fernandes foi para lá de desumano. O internacional suiço estava encostado este tempo todo, JJ pegou nele e fez de um trinco tosco, sabe-se lá como, um jovem extremo talentoso.

Uma palavra acerca dos nossos adversários, conseguiram criar-nos dificuldades, deram ares de ter um bom colectivo. Isto poderá ter sido por obra de Jorge Simão (que é mais conhecido por, enquanto jogador, ter sido a figura de uma polémica transferência quando, num quente verão de 2002, trocou o Fanhões pelo Carregado), ou poderá ter sido porque o Sporting jogou pior do que a minha lucidez permite avaliar, e então enalteci os gajos. Poderia dizer que irei ver com o tempo, mas seria mentira; não vou ver coisa nenhuma. Porque na realidade estou-me a cagar para o Paços de Ferreira. (não por desrespeito, apenas estou interessado noutras coisas).

Claro que a estrela do jogo não era de nenhuma das duas equipas: o árbitro Manuel Oliveira.
A frieza defensiva do Paços deveu-se, sem demérito dos castores, à sua imunidade aos amarelos. Tiveram a dar pau o jogo todo, sem ter nenhum amarelo. O árbitro só deu amarelos após o golo, aos 80 minutos. E, ao fazê-lo, parou para conversar com os jogadores do pacenses.
Houve um amarelo dado ao longo do jogo: foi ao Slimani. E porque é que o Bola de Ouro Magrebino 2014 levou amarelo? Por tentar cabecear uma bola. Tinha um comentariozinho engraçado para fazer acerca disto, mas, enquanto escrevia a situação por extenso, tive uma daquelas dores na parte de trás da cabeça, de quando trincamos demasiado um gelado.
Agora que já estou melhor, passo directamente para Pièce de Résistance:

Aos 80 minutos de jogo, Manuel Almeida, por motivo absolutamente nenhum, pára o jogo, expulsa um gajo do Sporting, e mete a bola no meio da área, para um jogador do Paços chutar à vontade.
Não só desconheço por completo a legislação que permite todo este procedimento aliatório, como, ao ler por aí que se tratava de um pénalti, continuo sem conseguir detectar qualquer tipo de infracção.
Já li por aí coisas como “há uma agressão (…) mas o vermelho é exagerado” e “não há infracção, mas é pénalti”. O que me torna ainda mais confuso.
De qualquer modo, uma falta naquela situação, só poderá dar origem a vermelho directo em 2 situações: ou em situação de golo iminente ou em caso de agressão.
Bem, tendo em conta que a bola estava confortável nas mãos do Patrício no momento em que o árbitro assinala seja o que for que assinalou, temos as seguintes possibilidades:

1- O árbitro considerou que houve agressão de João Pereira
2- O árbitro não conhece as regras
3- O árbitro assinalou qualquer merda de propósito ao ver um gajo no chão para que soframos golo
4- Afinal aquilo com o Tondela foi legal, é oficialmente legal tocar com a mão na nossa área, e o avançado do Paços estava livre para tirar a bola das mãos do Rui Patrício e atirá-la para o fundo da baliza

Uma destas é mais plausível que as outras.


Outra possibilidade é o homem querer fazer jus ao nome. Ele é um árbitro. Se formos ao dicionário e procurarmos “arbitrário”, vemos:

ar.bi.trá.ri:o
  1. que age segundo sua própria vontade, sem se basear em regras preestabelecidas

Não vou mentir, isto deixou-me a suspeitar conspiração. É muito improvável alguém assinalar alguma coisa ali sem ser de propósito. Todos já tivemos discussões acerca de um pénalti em que alguém argumentou “isto no meio campo era falta”. Isto é ao contrário. Isto no meio campo não era falta. Ou seja, numa situação que não colocasse o Sporting numa situação muito provável de empatar, não seria assinalado. Esta ideia é exacerbada quando visualizamos o jogo uma 2ª vez e vemos o resto da actuação do árbitro.

Este tipo de situações acontece sempre que o Sporting é um potencial candidato. Nunca vejo arbitragens “manhosas” quando estamos a 20 pontos do primeiro.

De qualquer modo, não podemos culpar um eventual ‘sistema' se nós somos a própria causa da sua existência.
Passo a explicar - se culpamos o estilo de jogo e o jogador que foi expulso, por consequência de uma decisão aleatória de arbitragem, então estamos a servir o tal “sistema” de que se fala, quer esse exista, quer não. Basicamente o árbitro deu-nos uma semente, ninguém nos manda plantá-la.


Ralph Meade

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Hipnoterapia e Hipoterapia

Há um fenómeno que atravessa os principais rivais do Sporting que apesar da semelhança do nome tem implicações muito diferentes na forma de jogar mas sobretudo nos adeptos desses mesmos clubes. Passo a explicar:

Hipnoterapia - FC Porto

O porto com Lopetegui optou por uma abordagem muito diferente da seguida com Vítor Pereira. Sabendo da infelicidade que causava aos adeptos portistas ter um treinador que só havia perdido 1 em 60 jogos para o campeonato e ganho dois títulos nacionais consecutivos, a direcção portista optou por fazer a avaliação totalmente objectiva da qualidade do jogo dos dragões. A conclusão a que chegaram foi a de que era impossível agradar a adeptos que não gostam de ser campeões. (O Paulo Fonseca não conta porque não teve o plantel de Lopetegui).Optaram assim por escolher um treinador que pudesse entorpecer estes adeptos insatisfeitos.

Lopetegui apresenta-se como a escolha ideal. Para além da barreira linguística ainda por ultrapassar, compreensível dadas as diferenças entre a nossa língua e a do país vizinho, Lopetegui tem o ar de quem está a fazer o maior frete do mundo ao treinar o porto. Esta é a primeira vitória, ao não querer lá estar, cria nos adeptos a emoção de que o mesmo se vai converter ao portismo graças e só à alma do clube. Mas ele não está para isso, vai daí, engenhosamente desenhou o tiki-taka versão sem génios. Ou como eu gosto de chamar o catenaccio em posse.

Ver o porto a jogar obriga a tomar um café antes. Os movimentos oscilatórios da bola entre os laterais, os centrais, os médios, os extremos e de volta para trás, sobretudo num bloco recuado e que não faz um passe em profundidade ou directo induz o sono. Ver a bola a ser ruminada por defesas e médios traz uma paz de espírito e bem-estar que liberta endorfinas e diminuí o limiar do sono. Rapidamente o adepto portista é levado para os braços de Morfeu esquecendo-se que a equipa ganha jogos porque tem jogadores muito acima do nível da competição em que está. Qual sonho REM, os adeptos acham que o futebol é bom porque há posse de bola, o Barça joga assim pelos vistos.

A ideia funcionava no Barcelona (em certa parte também no Bayern) porque os jogadores de que dispõem estas equipas são de tal forma criativos e competentes que conseguem num sistema espartilhado de explosão, fazer com que os raros momentos desta sejam eficazes e produtivos. No porto só Brahimi e a espaços Tello fazem isso agora. Já não há Jackson para criar golos por geração espontânea tal a sua classe.

Assim vai o porto, tropeçando nas vitórias por um misto de incompetência do adversário e qualidade própria dos jogadores, não da equipa. Ganhar é o mais importante e isso Lopetegui ainda não fez, mas tudo vai bem no vale dos lençois azuis e brancos. 100 milhões em vendas mas passivo de >400 milhões, faz sentido!


Hipoterapia - SL Benfica



A Hipoterapia propõe-se a providenciar conforto através do contacto com um cavalo. Não precisa de ser um equídeo, também há terapia comportamental com recurso a animais domésticos e outros (excepto milhafres e gaivotas). Esta forma de tratamento tem como intuito dar calma e paz de espírito a pessoas que tenham comportamentos irrequietos ou nervosos. Engane-se quem pensa que é só usada para pessoas portadoras de deficiências. Qualquer pessoa, seja qual for a idade ou o sexo sente-se apaziguada quando está em contacto directo com um animal tão grande mas ao mesmo tempo tão relaxado!

Luís Filipe Vieira aproveitou esta máxima para sossegar os espíritos benfiquistas. O cavalo do Seixal é fofinho, dócil mas ao mesmo tempo possante e determinado. É um garanhão de confiança e auto-estima.

A componente dócil corresponde à forma politicamente correcta como Rui Vitória fala ao público, já não é um rosnador, trata-se dum gatinho fofuxuh no banco do benfica, de acordo com os pergaminhos históricos de tão nobre clube. Fofinho porque aposta nos pequerruxus da academia, ao contrário do antigo tratador de lar de 3ª idade que tinha antes que odiava jogadores jovens (quando começaram a jogar no slb tinham: David Luís 21/22a, Javi Garcia 21/22a, Fabio Coentrão 21/22a, Di Maria 20/21a, Salvio 20/21a, Rodrigo 19/20a, Matic 22/23a ; há mais mas estes são os mais relevantes).

Possante quando mostra as unhas e diz que vai fazer processos ao ex-treinador e que este era um vil e pérfido usurpador da mística benfiquista pois só ganhou por sorte e porque a direcção (o criador do cavalo) foi e é incrível e uma bênção divina. Determinado porque não vai investir em jogadores pois estamos numa época de contenção a não ser que se contem com os meios passes e empréstimos para comprar que já totabilizam quase um Imbula.

Dá vontade de abraçar um cavalinho assim e saber que ele vai proteger o benfiquista comum de má gestão e sobranceria dos dirigentes mostrando-lhes que tudo está bem e qual monarquia, a simples cor vermelha conferirá como direito de nascença o direito a vencer. Não fossem eles 140% da população de Portugal!

Mirko Peseiro

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

CSKA - 1ª Mão

foto retirada já não sei de onde


Antes de mais, a título de curiosidade (vale o que vale), estão aqui os valores dos intervenientes do jogo em milhões de libras, de acordo com o transfermarkt:

Rui Patrício - 10.5
João Pereira - 1.4
Paulo Oliveira - 5.25
Naldo - 1.75
Jefferson - 6.3
adrien - 8.75
João Mário - 5.6
Bryan Ruiz - 3.5
Carrillo - 8.4
Teo - 2.45
Slimani - 9.1

TOTAL: 63

Aquilani - 3.5
Mané - 5.6
Gelson - 0.56

TOTAL COM BANCO: 72,66


Akinfeev - 10.5
V. Berezutski - 2.66
Ignashevich - 0.56
Nababkin - 1.4
Mário Fernandes - 12.6
Wenbloom - 7
Dzagoev - 12.6
Eremenko - 14
Musa - 8.4
Tosic - 5.6
Doumbia - 10.5

TOTAL: 84,82

A. Berezutski - 0.7
Natcho - 9.8
Milanov - 4.2

TOTAL COM BANCO: 100,52


Acerca do jogo:

Nós
Jogámos bué. (sim, cometemos uns erros e tal)

Eles
São lixados.

Arbitragem
Ver “Eles”.

Individualmente

Patrício: defendeu mais de 25% dos penáltis que teve na sua carreira. É a única vantagem que me ocorre de ser um clube contra o qual facilmente se assinala penáltis.
Destaco também o facto de ele ter sido o único sportinguista do mundo que não se contorceu naquele lance da 2ª parte em que o Doumbia lhe tentou picar a bola.

João Pereira: Os lançamentos dele são mais perigosos do que cantos.
Muito activo no ataque e sempre a ter trabalho na defesa, mas vejo tudo a dizer mal dele.
Sim, claro que está longe de ser o lateral direito que idealizamos. Mas acho que se fala mal nele por defeito.
Ainda bem que não foi ele a fazer o penálti.
Diria que se o Esgaio tivesse feito exactamente a mesma exibição estava tudo a elogiar as suas investidas no ataque, a sua coragem e a experiência precoce que demonstrou ao sacrificar um amarelo para não deixar Musa passar naquele lance.

Naldo: Devo ter dito “Bem, Naldo!” umas 50 vezes. Achei que jogou muito!
Mas depois lembrei-me que não percebo muito disto e que quando o contratámos, o homem da televisão disse que Naldo foi uma contratação falhada e que não presta.
Portanto, afinal digo que Naldo fez um jogo banal, antes que topem que não percebo nada disto.

Carrillo: Sempre inconstante. Só parte os gajos todos e dá golo de vez em quando. A maior parte das vezes apenas parte os gajos todos, mas não dá golo. (f***-se, renovem, deem-lhe o ordenado do Capel, se for preciso!)

Bryan: É que para além de jogar muito, só aguenta até aos 60', então ainda dá lugar aos putos que também jogam muito.

Teo: Até ao momento ainda não o achei nada de especial. O que significa que ele, até agora, é o meu tipo favorito de jogador-que-não-acho-nada-de-especial: o jogador-que-não-acho-nada-de-especial que vai marcando uns golos.

Adrien: Falha imenso. Mas pronto, é capitão; corre muito, dá troço quando é preciso, puxa pelos colegas e reclama com o árbitro. Sou de uma geração em que grande parte das equipas com sucesso tinham um jogador destes, por isso consigo fazer com que o meu cérebro ignore os vários defeitos que este gajo tem, o que é excelente para a minha saúde cardíaca.

Aquilani: Será? Pareceu!

João Mário: Joga que f***.

Slimani: Lembro-me do Jackson no ano passado ter exibições em que aparecia na cara do redes e falhava, de usar o porte físico para sacar oportunidades de uma forma que mais ninguém na equipa faria, e de acabar o jogo com um golo em 4 ou 5 oportunidades falhadas.
E ouvia os leões por esses covis fora a comentar entre si “Aquele Jackson é um monstro! Que grande avançado”.

Ninguém sabe como vai ser a 2ª mão, mas penso que todos estamos de acordo numa coisa: fácil não será!

Ralph Meade

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

1ª Jornada: Tondela


Estive fora, este fim de semana.
Vi o jogo numa tasca no meio do monte, algures no Norte do país.
Na tasca estávamos apenas eu e um amigo meu, também leão, e mais um metaleiro qualquer com cerca de 30 anos numa outra mesa.
Ao longo do jogo, fui bebendo umas cervejas. Isso só me aumentou o desespero e a dificuldade em acreditar em tudo o que ocorreu de modo a conjurar o golo que sofremos.
Aos 90+7 marcámos o 2º golo.
Aliviado e em rejubilo, abraço o meu amigo, e tento abraçar o metaleiro que lá estava. Ele afasta-me. Ocorre o seguinte diálogo:

Eu - Dá cá um abraço!
Metaleiro - Eh pá! SAI DAQUI!
Eu - Eu amo-te!
Metaleiro - VAI-TE EMBORA! NÃO TE CONHEÇO DE LADO NENHUM!


Quanto ao jogo em si:

Após o jogo para a super taça, referi a quebra simbólica de ciclos (também eles meramente simbólicos).
Li algures que é a primeira vez que o Sporting ganha um jogo para o campeonato com um penálti no último minuto. Estamos em 2015.
Isso, por si só, pode ser argumentado como sendo a quebra de um ciclo.
Mas há mais.

Euforia da pre-época.
Enchente no estádio.
Golo!
3 ou 4 falhanços.
O “podíamos estar a espetar 3 ou 4”.
De repente alguém aplica um golpe de Wrestling ao Naldo a 2 metros do fiscal de linha. Falta…contra nós. No livre, um gajo fora de jogo mete a bola lá dentro com a mão.

Face a isto, já todos sabíamos todos o que ia acontecer.

E ainda por cima nem sequer foi um típico “golo fora de jogo” nem um habitual “lance precedido de falta”.
Nada disso. Isto foi o tal lance que só se ouvia falar nas profecias de café antes dos jogos. O tal “por mim, nem que seja com a mão, em fora de jogo”.
Um lance que pensávamos que era apenas uma história que contávamos às crianças, um mito urbano.

Tremi.

A história ensinou-nos que isto é o tipo de golpe a que o leão não sobrevive. E o saber que me tinha esquecido deste filme, só aumentava a frustração.

Mas, aos 90+7, marcámos.
E não marcámos de uma maneira qualquer.

Marcámos de penálti! Um penálti depois do João Pereira lançar a bola com um pé dentro de campo!
Derrotámos este monstro, com as suas próprias armas.

Não só ultrapassar o “Abominável Golo Escandaloso de Loch Ness”, como fazê-lo com um pénalti já depois dos 90? Isto, meus caros, poderá ser mais do que “estrelinha”. Isto poderá ser um estilhaçar completo de um ciclo ao qual, infelizmente já nos tínhamos conformado.

Ralph Meade

sábado, 15 de agosto de 2015

Os pecadinhos de Jesus


Ao segundo jogo oficial no comando da equipa, Jorge Jesus começa a dar razão aos críticos que nos últimos 6 anos tão correctamente lhe apontavam os vários defeitos. Não quero dizer que não o acho um bom treinador, mas que o homem falha nos detalhes, isso falha!

No jogo com o Tondela esta sexta, ficaram visíveis as dificuldades defensivas pelas quais passamos, O Sporting não se soube organizar e precaver das inúmeras jogadas de futebol ofensivo jogado olhos-nos-olhos (como diz Paneira) que o adversário protagonizou. Mais do que estar a escalpelizar todos os momentos de ansiedade e as múltiplas intervenções do Patrício, vou isso sim incidir na componente do treino que Jesus não soube implementar de forma a estancar o ataque que viria a redundar no merecido golo do visitado.


  1. Esteve mal Naldo ao não antecipar o German Suplex de que viria a ser alvo, sendo por isso penalizado pelo árbitro profissional de Wrestling Carlos Xistra. Mais do que culpar Naldo pela infantilidade de se colocar em posição de tão comum manobra, há que questionar se nos treinos do Sporting, Jesus tem a capacidade de ajudar os jogadores a perceberem que têm de apostar no jogo pelo chão, evitando assim a penalização por serem mandados ao chão. Muito mal Jesus, erro de principiante!
  2. Insistir em colocar jogadores adversários em fora-de-jogo está altamente ultrapassado. Sempre que há uma bola parada, só os fracos de espírito é que pensam que usar as regras do jogo é uma alternativa à marcação homem-a-homem. O Tondela joga sem medo e sabe que as regras são para ser quebradas. Sempre sonhei com um Sporting assim, capaz de enfrentar o status quo mas continuamos a ser uns cordeirinhos que acreditam nas regras...
  3. As mãos fazem parte duma porção do esqueleto apendicular conhecida como o braço que por sua vez está ligada ao tronco. Assim sendo, não me passa pela cabeça que Jesus tenha deixado escapar este detalhe e não tenha dado instruções para na marcação homem-a-homem prender os jogadores contrários pelos braços, impedindo-os de os usar (sem sua intenção claro) para introduzir a bola na baliza.
  4. Se o ponto 3 tivesse sido tomado em consideração não haveria lugar ao 4º ponto pois o marcador do golo não tocaria nem uma vez com a mão na bola, quanto mais duas!
Tivemos sorte, ultrapassamos o grande jogo do Tondela e importa que Jesus aprenda com os erros cometidos e melhore nos treinos. Eu ainda tenho esperança, afinal, se o campeonato acabasse ontem à noite, éramos Campeões!

Mirko Peseiro

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Propaganda ou verdade?


Rui Gomes da Silva, aqui retratado na sua fase mais activa como anterior ministro da propaganda iraquiano, merece ser estudado e acarinhado. Ele que se limita a dizer a verdade e a mostrar ao mundo como o benfica é o maior clube do universo conhecido também brinda a restante plebe com pérolas de sabedoria.

Ele fez um grande favor aos portistas no último dia seguinte ao lembrar-lhes o flop Adrián que, como ele bem frisou, custou 11 milhões de Euros por 60% do passe. Este relembrar da realidade ganha ainda mais peso pois é dito imediatamente após surgirem imagens do novo reforço do benfica - Jiménez - que custou 9 milhões por 50% do passe tendo sido adquirido ao FC Mendes. Só um homem que sabe a verdade e possuí uma imponente e inabalável visão do futuro é capaz fazer uma crítica sob tão aparentes pés de barro. Ele sabe, repito sabe, que o novo jogador do benfica não vai ser um flop como Sídnei, Fariña, Cristante ou afins, esses tinham a terrível mancha do aval de JJ.

Aqui chego ao cerne da manifestação de visão profética de RGS, ele afirmou que o jogo da Supertaça, aquele em que o Sporting por mero acaso ganhou ao benfica ia representar o nível máximo exibicional que os Leões iam alcançar esta época. Só para que nós os leigos saibamos, um treinador que está há 5/6 semanas a treinar a equipa já chegou ao melhor que pode chegar. Isto apenas ocorre com JJ pois ele fala de maneira esquisita e pelos vistos apenas ganhou metade dos campeonatos que disputou no clube anterior. Já Rui Vitória cujos fãs incluem Crujff, Guardiola ou Sun Tzu (copiou-lhe um livro chamado Arte da Guerra o Chinês malvado) como é bem falante e moderado nos comentários, precisa de muito mais tempo para implementar um futebol cuja qualidade vai subir exponencialmente. RGS sabe!

Obrigado por falares verdade Rui Gomes da Silva, um bem-haja!

Mirko Peseiro

Consenso



Pouco sei acerca deste novo reforço dos nossos rivais.
Mas há que admitir que é difícil, principalmente em tão pouco tempo, que um jogador reúna tanto consenso.

Ralph Meade

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O Super Caneco



Diz-se por aí que é um título, que é um derby, que é uma machadada de Jesus nos rivais. E diz-se bem, porque tudo isto é verdade.
Porém, em Maio, quando se fizer o rescaldo da época, quase ninguém terá este jogo em conta, excepto para fazer número, caso ganhemos mais títulos. Importante mesmo, é qualificar-nos para esta competição para o ano.

Claro que isto deu-nos ímpeto.
Dá-nos confiança ver os adeptos do SLB de rastos. Dá-nos confiança que eles não joguem nada.
Mas sobretudo dá-nos confiança ver que afinal o Jorge Jesus percebe disto e mete o pessoal a jogar à bola, ao contrário do que nos disseram os homens da televisão.

Mais do que o super caneco em si, sentimos um espírito no ar, uma confiança de que estamos perante o início de um ciclo no futebol português. Lembramo-nos de como era o SLB sem o Jesus. E de como era o FCP sem Jackson.

Mas também nos devemos lembrar de tantas vezes em que caímos na desgraça depois de nos sentir nas nuvens. Tantas e tantas vezes.
O desafio de Jorge Jesus e Bruno de Carvalho é quebrar esse ciclo.

Porque, para já, apenas quebrámos o ciclo do Benfica de Jesus.


Ralph Meade

Islam Slimani




Slimani é um jogador especial.

Como vivemos numa sociedade com moralidades assentadas em valores judaico-cristãos, temos a intrínseca tendência para simpatizar com os pobres desafortunados. E também vivemos culturalmente rodeados de histórias de heróis improváveis que lutam contra as suas limitações e conseguem suplantar as dificuldades e alcançar o sucesso.
Todo o charme de Forrest Gump advém de ele ser limitadíssimo a nível intelectual e social, e mesmo assim (por vezes até graças a isso) conseguir feitos absurdamente elevados (desde correr de um lado ao outro do continente americano, até ter sido responsável pela invenção da Apple). É o tal discurso do “Never go full retard” que Robert Downey Junior popularizou em Tropic Thunder.

O Slimani é um caso destes. Tem tudo para não funcionar.
Esteticamente é dos piores que já se viu. A sua cabeça tem uma forma irregular, cuja assimetria quando somada à boca constantemente aberta parecem sugerir que o número que ostenta nas costas é o valor do seu QI.
O seu domínio de bola lembra uma girafa a tentar descer umas escadas.
Até a celebrar os golos é desajeitado. Corre com uma galopada descoordenada, não sabe para onde se dirigir e parece que se perde no meio de uma indecisão entre levantar os braços e beijar o símbolo.

Mas, apesar de aparentar limitações intelectuais, e ser dono de uma descoordenação motora que faz dele um tosco que até numa aula de educação física seria gozado, Islam Slimani consegue fazer-se valer de outras características para conseguir concretizar as suas proezas.

Forte, alto, incansável, perna longa, matreiro, bem mais esperto do que aparenta. Tudo somado, e contra qualquer expectativa que pudesse ser feita, o rapaz quando está em campo é dos pontas de lança que mais vezes aparece para “encostar” de que tenho memória. Não sei bem o quê nem como o faz, mas quando está em campo, as oportunidades surgem.
Também por isso, é que ele é tão eficaz, com uma média de 132 minutos por golo de bola corrida no campeonato (para termos perspectiva, Jackson e Montero necessitaram, respectivamente, de 133 e de 165 minutos para marcar).

Contra tudo aquilo que seria expectável, Slimani consegue contornar as regras do estético e dos faux-pas futebolísticos de modo a tornar-se num avançado temível.

Por tudo isso, a revista Time, podemos adiantar, decidiu nomear Islam Slimani como personalidade do ano.

Prémio justo, quanto a mim.


Ralph Meade