quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

o Keizer vs o Peseiro

O keizer chama-se "Marcel Keizer". o peseiro chama-se "José Peseiro".
Se invertessem os nomes e colocassem máscaras, o peseiro nunca teria sido despedido. E o keizer já estaria na rua.
A verdade é que um ganhou para o campeonato e foi despedido por perder na taça da liga.
O outro empatou para a taça da liga, e continua a perder pontos para o campeonato.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Marcel Keizer (blog de regresso)

Nota: Os dados do Ajax estavam mal (felizmente). Entretanto foram corrigidos.

Marcel Keizer é o novo treinador do Sporting.
Pessoalmente, teria preferido um treinador português. Contudo, a partir do momento em que sei que é um estrangeiro, fico um tanto descansado que se tenha ido em busca de uma ideia, e não de um nome sonante.
Fico descansado porque, mesmo que Keizer não funcione, ficamos a saber que a nossa estrutura procura gente em ascensão que tenha revelado qualidade, que é o perfil que julgo ser o correcto para nós.
Claro que para essa estratégia funcionar, é necessário que haja sabedoria suficiente para distinguir qualidade.

Por cá, nunca vi um único jogo de Marcel Keizer.
Resta-me, portanto, analisar os resultados dele.

Ora bem, começando pelo Ajax, já sabemos que teve problemas com o azar do Nouri, e que não terá sido despedido necessariamente pelos resultados, e que foi um fiasco na europa.
Estabeleci uma comparação com os anteriores treinadores do Ajax.




Os dados estão em média por jogo, em todas as competições.
Podemos observar que Keizer tem uma média de golos um bocadinho melhor que a dos seus colegas (que também têm uma média de golos muito boa)...e uma média de golos sofridos pior.
O saldo de tudo isso, claro, é apenas medido na média de pontos por jogo. Caso o descuido defensivo seja compensado pela afluência ofensiva, não haverá mal...mas obteve menos pontos que os outros, o que sugere que seria aconselhável um afinamento na retranca, quiçá sacrificando um golito marcado ou outro.

Depois do Ajax, Keizer teve uma aventura nos EAU.
É fácil chegar e ver que "está em 2º". Mas isso é uma análise, francamente, insuficiente.
Mais uma vez, decidi comparar os dados do Al-Jazira aos seus antecessores:

Nota: o valor do plantel e o valor gasto em transferências estão em dezenas de milhões (10.000.000£), para que as barras não ficassem muito discrepantes. 


Como podemos ver, em primeiro lugar, a realidade do seu Al Jazira é absolutamente díspar das realidades de outras épocas.
Ali em 16/17, parece ter havido uma época dourada. Porém, contavam com um plantel avaliado num valor superior a £30M. O plantel de que Keizer dispôs, rondava as £12-13M. Menos de metade.
Por isso considero ser importante aprofundar a análise, porque as coisas poderão ter o seu contexto próprio.

Não sei o que se terá passado na administração do clube ao longo dos anos, mas houve, de facto, um brusco fechar de torneira, visto que gastavam acima de £15M por época, para subitamente praticamente não gastarem dinheiro em passes de jogadores.

Face a isto, podemos ver que o trabalho de Keizer terá sido muito positivo, sendo o único treinador a utlrapassar os 2 pontos por jogo, exceptuando o de 16/17 (com Lassana Diarra, Farfán, Vucinic, ou Thiago Neves no plantel!!!).
Face ao rendimento por meios disponíveis, terá feito, presumivelmente, um bom trabalho no clube. No entanto, olhando para os golos, vemos novamente as tendências que observámos no Ajax: Muito prolífico no ataque, muito permeável na defesa, chegando a sofrer mais golos do que na horrível época de 17/18, onde obtiveram menos de 1.5 pontos por jogo.

Resumindo e concluindo:

Espera-se um futebol muito fluido, com golos e ocasiões...sem ficar surpreendido se nos vir a sofrer fatais golos de contra-ataque contra clubes do fundo de tabela.
Resta saber como Keizer terá evoluído esse aspecto.
Caso se confirme a tendência, dificilmente ganharemos campeonatos...mas levaremos gente ao estádio, e valorizaremos jogadores, que também precisamos (muito).

Boa sorte, e bom trabalho, Keizer.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Sporting - Moreirense: Duas Expulsões = Saldo Positivo

Com André Pinto, com Acuña-lateral, Battaglia, com Petrovic, com Bryan, com Montero e com Doumbia (suplente do Dost).
Ou seja, começámos o jogo com menos 7.
Após 2 expulsões, acabámos o jogo com menos 2.

Saldo positivo!

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

domingo, 28 de janeiro de 2018

Taça Vídeo-Árbitro (ex Taça Lucílio)

Notas sobre a competição (deixo o melhor para último):

- Com 2 empates mal jogados, ganhámos moral.

- Esse moral só existe se ganharmos estes 2 jogos para o campeonato. Mostraríamos assim uma prova de força (e, mesmo assim, tudo isso poderá desvanecer-se se perdermos a 1ª mão da semi-final da taça contra o FCP).

- Já tinha a convicção de que temos um plantel pior do que os dos nossos rivais, estes 2 jogos fizeram-me aumentar essa convicção. Considero que Gelson, Podence e Acuña (ou Montero, Rúben Ribeiro e Bryan) não estão ao nível dos equivalentes de SLB e FCP (apesar de Bruno Fernandes e Bas Dost serem muito bons).

- Contra o FCP, JJ foi criticado por ter colocado Coates e William a cobrar os penaltis. Essas críticas só aconteceram porque falharam os penaltis. Caso algum deles tivesse falhado novamente contra o Setúbal, JJ teria sido crucificado.
Quanto a isso, penso que faz todo o sentido o que JJ fez: primeiro, porque penso que os melhores cobradores de penaltis à 4ª deixarem de o ser ao Sábado não tem lógica, nem coerência nenhuma (porque falharam um penalti? como todos fazem?).
Em segundo, porque só o facto de estar a voltar a colocá-los, é já por si só uma forma de lhes dar confiança (uma espécie de "Tu bates bem!", de CR7 a Moutinho).
Em terceiro - e este apenas é válido DEPOIS dos penaltis terem corrido bem - é que, com este desfecho, Coates e William ficam com a confiança reforçada.

- O Sporting ganhou a competição. Sem Vídeo-Árbitro, teria perdido ambos os jogos.
A última vez que tinha jogado uma final desta competição, perdeu precisamente por não haver vídeo-árbitro.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Texto do Sol sobre Bruno de Carvalho

Recentemente, Carlos Janela, sob o pseudónimo de "Vítor Rainho", redigiu o seguinte texto:

http://sol.sapo.pt/artigo/579818/figura-da-semana-bruno-de-carvalho-um-piromano-que-gosta-de-deitar-fumo-para-os-olhos-dos-outros


A versão TL;DR do texto é "o Bruno de Carvalho é uma porcaria, e estragou o futebol para toda a gente".


Devo dizer que gostei imenso do texto.

Gostei, porque tento manter-me consciente de que não sei tudo, e porque estou aberto a novas maneiras de pensar. Aprecio, portanto, ler ou escutar ideias diferentes das minhas, de modo a poder observar o reverso da moeda e, assim, questionar-me a mim mesmo, permitindo-me aguçar os meus pontos de vista, e formar novos juízos.
Acontece que li este texto num Domingo em que estava preguiçoso, e não me apetecia nada ter que reformular conceitos.
Este texto foi, consequentemente, um descanso nesse aspecto; pude reforçar as minhas crenças já existentes, e ainda me refastelei no sofá, seguro com a noção de que não estou do lado de um pacóvio como o que escreveu o texto.

Vamos, então, ao texto em si:



O populismo tem limites e Bruno de Carvalho desconhece-os por completo. Ameaçar comentadores que lhes dá pontapés no rabo e que os fará chorar está ao melhor nível do maior arruaceiro das claques. Para o líder leonino tudo serve para dar espetáculo e é bom que se mantenha por muitos anos no cargo, pois as suas semelhanças com outro justiceiro que passou pelo mundo da bola, mas do outro lado da Segunda Circular, são cada vez mais evidentes. E sabemos como acabou...
Podem não ter entendido, face à densa subtileza atrás da qual o autor astuciosamente esconde a sua refinada ironia, mas ele está a equiparar Bruno de Carvalho a Vale e Azevedo.
Vai até mais longe, dizendo que a sua homogenia é "cada vez mais evidente", o que quer dizer que, não só é evidente, como também já era evidente antes...só que agora é ainda mais.
Aqui senti-me estúpido. Não consigo ver algo que já era evidente, e que agora passou a sê-lo ainda mais! Felizmente, Vítor Rainho, como qualquer cronista expedito, justifica o que diz;
Vítor Rainho diz que Bruno de Carvalho é evidentemente idêntico a Vale e Azevedo porque "dá espetáculo". E porque ameaçou dar pontapés no rabo de comentadores.
Não estou certo acerca da exactidão dos factos apurados pelo cronista.
Não esperava uma listagem científica da sua argumentação, concedendo até, alguma liberdade criativa na forma como se refere aos mesmos, para os enfatizar, qual hábil autor.
Mas isto não é nada aquilo pelo qual o Vale e Azevedo era conhecido.
Vale e Azevedo é conhecido e lembrado por ser um dos 3 dirigentes mais corruptos e mais mentirosos do Benfica nos últimos 20 anos.
Vale e Azevedo é lembrado devido a casos em que não pagava pelos jogadores, como quando o Man Utd veio reclamar que o cheque utilizado para pagar Poborsky era careca, ou, utilizando um exemplo mais recente, quando o Vasteras se queixou de não pagarem o Lindeloff.
Ou por se ter desvinculado deliberadamente de JVP, sem ter salvaguardado uma eventual ida para um rival, um bocado, utilizando um exemplo recente, como foi feito com JJ recentemente.

O texto prossegue:



Tudo não passaria de um problema do Sporting e dos seus adeptos se Bruno de Carvalho não fosse um péssimo exemplo para aqueles que o veem ou ouvem. Os constantes apelos à violência, mais ou menos camuflados, não auguram nada de bom. Num mundo, o do futebol, onde as emoções se sobrepõem à razão, Bruno é um verdadeiro pirómano.
Portanto, a menos que a tese seja que o futebol português sempre fora um covil de paz e prosperidade e que a chegada de Bruno de Carvalho tenha mudado isso tudo, não se entende bem onde o autor quererá chegar, nem tão pouco a que raio é que será que se refere.
Até porque nunca justifica esta afirmação com apelos à violência mais camuflados, nem menos camuflados.
Já por várias vezes li que devemos justificar o que escrevemos, principalmente quando se tratam de acusações graves.
Por exemplo, se quiséssemos  justificar que os dirigentes incentivam à violência entre os adeptos, poderíamos utilizar o exemplo recente de quando LFV invocou a existência de um recolher obrigatório qualquer ao qual todos estávamos alheios, para legitimar o acto daquele adepto que atropelou outro várias vezes até este falecer. Assim já sabíamos onde é que o autor se encontrava em termos de raciocínio.

Desde que chegou à liderança do clube, conseguiu, é bom que se diga, entrar no campeonato dos grandes, leia-se Benfica e FC Porto, e a contratação de Jorge Jesus para treinador do clube foi uma jogada de mestre. Bruno de Carvalho mexeu com o emblema de Alvalade e a equipa, regra geral, tem lutado por vitórias. Tirando esse facto, quase tudo tem sido uma pequena desgraça. 
Aqui um bem haja ao autor por me ter feito recordar o célebre "Fora a irrigação, o sanaeamento, o vinho, as estradas, a educação, a saúde, a ordem pública e a paz, o que é que os romanos alguma vez fizeram por nós?" dos Monty Python.

Despede pessoas que depois enxovalha na praça pública, goza com os seus jogadores e entra constantemente em conflito com Jorge Jesus, o homem que lhe poderá dar algumas alegrias. Não é por acaso que alguns jogadores, segundo o que se escreveu, estiveram quase a chegar a vias de facto com o presidente do clube.
Estes são os exemplos que apresenta para justificar o que acabara de dizer.
Que pessoas são essas que enxovalha? Apenas me vem à cabeça Octávio que, como seria expectável, foi quem tomou iniciativa de insultar Ad-Hominem o presidente do Sporting.
Prossegue dizendo que "entra constantemente em conflito com Jorge Jesus". Espera lá! Isto é uma bomba! Eu não sabia disso! Porque não optou ele por escrever um texto a denunciar os tais "constantes conflitos" entre os dois? Isto é algo que, como sócio do clube, gostaria de saber. Parece-me uma informação mais relevante do que tudo o que estava a ser dito até ao momento, ainda para mais algo inédito ao público.
Mas o autor volta a não justificar o que diz, deixando apenas a informação necessária para levar com um [citation needed], caso estivesse no Wikipedia.

o presidente do clube leonino tem tanto sentido de responsabilidade como um elefante numa loja de porcelana.
Como tenho dito ou dado a entender ao longo deste post, factores que considero que determinam a qualidade de uma crónica - principalmente com a responsabilidade de ser uma crónica para um jornal com uma tiragem considerável, certamente com remuneração - são a validação do que se diz (o autor raramente, se alguma vez, justifica o que diz), e a pesquisa feita - Vítor Rainho dá a entender que viu o vídeode Bruno de Carvalho a simular expelir vapor para a câmara, não viu absolutamente mais nada de toda essa entrevista, e escreveu o texto de uma assentada, sem sequer ter aberto uma aba com o google no seu browser...antes de almoçar.
Tudo isto determina a qualidade da escrita, quanto a mim mais do que gramática, sintaxe, semântica, figuras de estilo, ou sinónimos floreados.

Mas...o que é isto?

"tanto sentido de responsabilidade como um elefante numa loja de porcelana"?
A sério, Vítor?
Um elefante numa loja de porcelana não tem sentido de responsabilidade, Vítor?
Porquê, Vítor?
Estás a sugerir que um elefante numa loja de porcelana passa à frente da fila para pagar, Vítor?
Ou que sai da loja sem pagar, Vítor?
Não está na altura de voltares a ler um livro, Vítor?
Para ver se ficas a conhecer mais do que uma expressão idiomática, e não correres o risco de teres de a utilizar totalmente fora de contesto, Vítor?

Isto é uma expressão conhecida que por vezes terá uma variação ou outra (como "um elefante de patins", ou "um rinoceronte"), que significa que alguém num meio frágil terá uma tendência de destruir tudo o que o rodeia inadvertidamente, geralmente devido a fraca coordenação motora, ou temperamento volátil. É suposto, também, dar-se um tom irónico à coisa.

Por exemplo (toma nota, Vítor): "Bruno de Carvalho aborda a comunicação com a delicadeza de um elefante numa loja de porcelana". Estão a ver? Dá-se a entender que Bruno de Carvalho não é nada delicado, porque quando pensamos num elefante numa loja de porcelana, pensamos num elefante a destruir tudo cada vez que se mexe. Porque um elefante é um animal de porte colossal, as porcelanas são frágeis e as suas lojas costumam ser repletas, amontoando várias porcelanas, havendo pouco espaço para manobrar.
Percebes, Vítor? Não tem nada a ver com - e acho insólito que seja preciso estar a enfatizar isto - sentido de responsabilidade. Nem entendo onde foste buscar isso!
Mas, ainda assim seria insuficiente, porque até pode dar a entender que estavas a dizer que Bruno de Carvalho era desajeitado.
Portanto, talvez melhor ainda fosse teres dito "A forma de comunicar de Bruno de Azevedo faz lembrar um touro/rinoceronte numa loja de porcelana".
Ainda melhor. Porque tanto o rinoceronte, como o touro, para além de possuírem enorme corpulência e um potencial destrutivo no ambiente em questão, têm a fama de terem comportamentos instáveis. Ou seja, destruíam a loja de porcelana por serem inerentemente destrutivos, e não por - e nunca é demais enfatizá-lo - terem algum tipo de sentido de responsabilidade numa loja de porcelana. E repara como me referi ao homem como "Bruno de Azevedo". Porque assim estás a compará-lo ainda mais a Vale e Azevedo, com o bónus de, desta vez, ao contrário de quando tu o fizeste, estares a usar um termo que é, realmente, verdadeiro, visto que o presidente do Sporting se chama, efectivamente, Azevedo.

Resumindo e concluindo, Vítor Rainho sabe tanto sobre a realidade política desportiva (e sobre usar expressões idiomáticas) como um elefante numa loja de porcelana.