Nunca percebi bem isto das pressões e mind games.
É sabido que, enquanto espécie, temos tendência em procurar uma causa imediata para os eventos, muitas vezes acabando por tomar conclusões injustas por se confundir causa com co-relação.
Pessoalmente não conheço nenhuma relação entre "gabarolices" e resultados. Já vi gabarem-se e ganhar, já vi gabarem-se e perder, tal como já vi ambos os resultados após um discurso humilde.
Note: Não conheço relação, mas estou aberto à possibilidade da sua existência, e peço para que mo provem, caso haja algo concreto que revele alguma relação.
O que é certo é que quando alguém profere declarações como as de JJ, são sobre elas que incidem os holofotes mediáticos.
Se ganharmos, é porque ele é um génio, só que tem um ego gigantesco.
Se perdermos, é porque ele é um gabarolas e teve excesso de confiança.
Por cada pessoa que disser que isso é tirar o valor aos jogadores, haverá outra que dirá que isso é tirar a pressão de cima dos jogadores.
Ironicamente - e parece que ninguém se apercebe disso - é que as pessoas que criticaram JJ por atribuir-se a si mesmo a exclusividade do mérito de vitórias são precisamente as mesmas pessoas que atribuem a ele a exclusividade do mérito desta derrota.
A verdade é esta: perdemos, sofremos 3 golos.
Arrisco dizer que mais 10 jogos com JJ a sugerir que é a segunda vinda de Cristo à Terra e em nenhum aconteceria tal.
Então o que terá acontecido?
Foi-me facultada esta cientifiquíssima análise baseada no número de remates com perigo na 1ª parte (somos azul, eles são vermelho), segundo o whoscored.com.
Ou seja, vamos tomar tudo o que aconteceu até ao primeiro golo do Rio Ave:
1- Início de jogo, 1 remate para cada lado
2- Período de 10-15 minutos de jogo sem oportunidades
3- ligeiro crescendo do Sporting, com 4 remates com algum perigo
4- Rio Ave vai à nossa baliza e marca.
Até aqui, não parece nada de invulgar. É uma sequência de eventos que ocorre imensas vezes em jogos complicados.
O que acontece depois do golo?
1- mais 3 situações do Rio Ave (que não aconteciam desde os 3 minutos)
2- só 1 situação do Sporting (que tinha conseguido 4 nos 10 minutos anteriores ao 1º golo)
3- 2 golos do Rio Ave.
Baseando-me apenas nisto, diria que terá havido uma quebra psicológica após sofrermos o primeiro golo, junta a uma galvanização dos outros gajos (começar jogos a perder, todos começam, como se reage a isso, distingue muitas vezes quem é e quem não é campeão). E, claro, uma eficácia invulgar do Rio Ave. Mas antes de nos queixarmos da eficácia, temos que perceber como foram eles sequer 3 vezes à nossa baliza, para poderem ter sido eficazes (não dá para fazer por escrito aquele truque de fingir que se tosse para dizer sorrateiramente um nome, portanto, peço-vos para fingir que eu estou a tossir e disse schelotto).
Que JJ tenha culpa no 11, ou na forma como montou a defesa, é uma coisa.
Relacionar directamente a derrota às palavras de JJ antes do jogo...preciso de provas.
Ralph Meade
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