segunda-feira, 17 de agosto de 2015

1ª Jornada: Tondela


Estive fora, este fim de semana.
Vi o jogo numa tasca no meio do monte, algures no Norte do país.
Na tasca estávamos apenas eu e um amigo meu, também leão, e mais um metaleiro qualquer com cerca de 30 anos numa outra mesa.
Ao longo do jogo, fui bebendo umas cervejas. Isso só me aumentou o desespero e a dificuldade em acreditar em tudo o que ocorreu de modo a conjurar o golo que sofremos.
Aos 90+7 marcámos o 2º golo.
Aliviado e em rejubilo, abraço o meu amigo, e tento abraçar o metaleiro que lá estava. Ele afasta-me. Ocorre o seguinte diálogo:

Eu - Dá cá um abraço!
Metaleiro - Eh pá! SAI DAQUI!
Eu - Eu amo-te!
Metaleiro - VAI-TE EMBORA! NÃO TE CONHEÇO DE LADO NENHUM!


Quanto ao jogo em si:

Após o jogo para a super taça, referi a quebra simbólica de ciclos (também eles meramente simbólicos).
Li algures que é a primeira vez que o Sporting ganha um jogo para o campeonato com um penálti no último minuto. Estamos em 2015.
Isso, por si só, pode ser argumentado como sendo a quebra de um ciclo.
Mas há mais.

Euforia da pre-época.
Enchente no estádio.
Golo!
3 ou 4 falhanços.
O “podíamos estar a espetar 3 ou 4”.
De repente alguém aplica um golpe de Wrestling ao Naldo a 2 metros do fiscal de linha. Falta…contra nós. No livre, um gajo fora de jogo mete a bola lá dentro com a mão.

Face a isto, já todos sabíamos todos o que ia acontecer.

E ainda por cima nem sequer foi um típico “golo fora de jogo” nem um habitual “lance precedido de falta”.
Nada disso. Isto foi o tal lance que só se ouvia falar nas profecias de café antes dos jogos. O tal “por mim, nem que seja com a mão, em fora de jogo”.
Um lance que pensávamos que era apenas uma história que contávamos às crianças, um mito urbano.

Tremi.

A história ensinou-nos que isto é o tipo de golpe a que o leão não sobrevive. E o saber que me tinha esquecido deste filme, só aumentava a frustração.

Mas, aos 90+7, marcámos.
E não marcámos de uma maneira qualquer.

Marcámos de penálti! Um penálti depois do João Pereira lançar a bola com um pé dentro de campo!
Derrotámos este monstro, com as suas próprias armas.

Não só ultrapassar o “Abominável Golo Escandaloso de Loch Ness”, como fazê-lo com um pénalti já depois dos 90? Isto, meus caros, poderá ser mais do que “estrelinha”. Isto poderá ser um estilhaçar completo de um ciclo ao qual, infelizmente já nos tínhamos conformado.

Ralph Meade

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